O que é Vitiligo? Seus Sintomas e Tratamentos

vitiligo é uma doença caracterizada pela presença de manchas brancas bem delimitadas com distribuição preferencial na face, mãos e região ano-genital. Nalgumas etnias (raças), existe um forte estigma social associado à doença, com consequente marginalização dos indivíduos afetados. Esta doença é sempre de tratamento difícil e a terapêutica adequada é escolhida em função do quadro clínico.

O que é

O vitiligo consiste numa forma específica de leucodermia adquirida de causa desconhecida, em que foram excluídas as outras causas.
É uma doença caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele com uma distribuição característica. Existe um forte estigma social associado à doença nalgumas populações, nomeadamente na raça negra e na Índia, em que os doentes com vitiligo são frequentemente marginalizados.
Vitiligo

Quais as causas

O vitiligo é uma doença de causa desconhecida, mas existe uma história familiar da doença em 30% dos doentes.
A ausência parcial, ou total, dos melanócitos (células produtoras de melanina) funcionantes constitui a anomalia estrutural primária.
Apesar de existir ainda alguma controvérsia no seio da comunidade científica, pensa-se atualmente que o mecanismo de destruição dos melanócitos seja de natureza auto-imune (resultante de uma perturbação no sistema de defesa imunitária do organismo).
De fato, existem várias doenças auto-imunes que por vezes se manifestam em doentes com vitiligo, com é o caso da tiroidite, insuficiência da glândula supra-renal e anemia perniciosa.

Quais os sintomas

O vitiligo manifesta-se por lesões cutâneas de hipopigmentação melânica, bem delimitadas, com tendência para a simetria, rodeadas frequentemente por hiperpigmentação. As manchas brancas localizam-se preferencialmente na face, mãos e região anogenital, mas podem estar localizadas em outras áreas do corpo, como no tronco.
Por vezes, acompanham-se de despigmentação do sistema piloso, com presença de cabelos ou pelos brancos na zona das manchas. As mucosas (por exemplo: gengivas) raramente possuem lesões.O vitiligo pode ainda afetar os olhos, provocando irite (inflamação da íris), frequentemente assintomática, em 10% dos doentes e alterações da retina em mais de 30% dos doentes. Podem estar presentes outros sintomas, sobretudo em indivíduos em que o vitiligo está associado a outra doença auto-imune.

Como se diagnostica

O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas de hipopigmentação têm geralmente uma localização e distribuição características. A biópsia cutânea revela ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas, excepto nos bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood é fundamental nos indivíduos de raça branca, para detecção das áreas de vitiligo.
As análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que poderá revelar a presença de outra doença auto-imune associada, como é o caso do lupus eritematoso sistémico e da doença de Addison.

Como se desenvolve

As manchas de vitiligo desenvolvem-se gradualmente ao longo da vida, com maior incidência na meia idade. Na maioria dos casos, sem terapêutica as lesões permanecem para sempre, registando-se repigmentação limitada e espontânea de algumas em cerca de 30% dos doentes. Com terapêutica adequada, a doença poderá ter uma melhor evolução através da tentativa de uniformização da coloração da pele.
Existem alguns fatores que podem precipitar o aparecimento das manchas, como traumatismos prévios (por exemplo: cortes), cicatrizes cirúrgicas e, sobretudo, é frequentemente mencionado pelos doentes uma associação a alturas de maior stress emocional (por exemplo: doença de familiar ou problemas financeiros). As lesões acentuam-se nos locais submetidos a pressão e atrito, nomeadamente o causado por peças de vestuário como o cinto, e são mais notórias quando existe uma maior exposição solar.

Formas de tratamento

O tratamento do vitiligo é sempre difícil e a terapêutica adequada é escolhida em função da localização e extensão das lesões, da duração e ainda do tipo de comportamento e reação face à doença.Caso a(s) área(s) de despigmentação seja(m) muito extensa(s), opta-se frequentemente por despigmentar a área de pele sã, de forma a uniformizar a coloração geral - para tal pode utilizar-se o creme de hidroquinona.
Pelo contrário, quando as manchas brancas são de dimensões pequenas ou médias, opta-se pela repigmentação. O método mais utilizado é o uso de psoralenos, por via geral ou tópica, cuja função é alterar o limiar de sensibilidade da pele à luz, sendo aumentado gradualmente o tempo de exposição diário até ao aparecimento de vermelhidão.
Este tratamento é prolongado, oscilando entre algumas semanas e seis meses. Por vezes, a tonalidade da pele repigmentada fica irregular, sobretudo a nível da face. Nalguns doentes, tem resultados favoráveis o método PUVA, em que o doente é irradiado com luz ultravioleta.
A corticoterapia de aplicação tópica ou sistémica permite também, ocasionalmente, bons resultados. No entanto, devem ponderar-se os efeitos colaterais desta medicação.
Nalguns países existem centros de referência especializados no tratamento de vitiligo, sendo usados diferentes métodos, com particular destaque para os de fototerapia. A maquilhagem tem sido também utilizada por alguns doentes, de forma a mascarar áreas de vitiligo que não cedem à terapêutica.

Formas de prevenção

Tal como acontece com a maioria das doenças de causa desconhecida, não existem formas de prevenção do vitiligo. Dado que existe história familiar em 30% dos casos, os familiares de indivíduos afetados poderão realizar uma vigilância periódica da pele e recorrer ao médico caso surjam lesões de hipopigmentação, de forma a detectar a doença precocemente, permitindo iniciar desde logo a terapêutica.
Em doentes com diagnóstico de vitiligo, deverão evitar-se os fatores que podem precipitar o aparecimento de novas manchas ou acentuar as já existentes, nomeadamente evitar o uso de vestuário apertado, ou que provoque atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição solar, assim como adquirir conhecimentos para lidar com o stress.

Doenças comuns como diferenciar

As lesões cutâneas de vitiligo devem diferenciar-se cuidadosamente das despigmentações que surgem noutras dermatoses, como é o caso da leucodermia química, pitiríase alba, psoríase, pitiríase versicolor e outras micoses superficiais, pitiríase rosada, herpes, urticária, esclerodermia, epidermólise bolhosa distrófica, algumas neoplasias, sífilis e lepra.
Deve proceder-se a uma diferenciação em termos clínicos, não só através da observação do doente na sua totalidade (com particular atenção ao aspecto das lesões, sua localização e forma de distribuição na pele), como também através da colheita de alguns dados relevantes através do diálogo com o doente (por exemplo: exposição a determinados agentes tóxicos e presença de fatores de risco/predisposição para determinadas doenças). Consoante o quadro clínico, devem ainda ser realizados determinados exames complementares e análises.

Outras designações

Leucodermia - apesar do vitiligo ser apenas um dos tipos de leucodermia, por vezes é utilizada esta expressão para denominar o vitiligo.

Quando consultar o médico especialista

Se constatar manchas de hipopigmentação na pele deve dirigir-se ao seu médico assistente e/ou médico dermatologista. O tratamento do vitiligo deve ser efetuado preferencialmente por um dermatologista, dada a especificidade e risco de toxicidade das opções terapêuticas, sobretudo se utilizadas em conjunto. No caso de já ter sido diagnosticado vitiligo, o doente deve recorrer ao médico caso surjam novas lesões, além de manter uma vigilância periódica quando a doença está estabilizada.

Pessoas mais predispostas

Apesar de aparentemente a prevalência do vitiligo ser mais elevada na raça negra, por ser mais facilmente visível e desfigurante do ponto de vista estético, na realidade atinge as diversas raças com a mesma frequência.
Pelo mesmo motivo, existe uma distribuição geográfica preferencial nos países de clima temperado, dado que a maior exposição solar torna as manchas brancas mais visíveis.O vitiligo surge em qualquer idade, com um pico de incidência entre os 10 e os 30 anos, e os fototipos de pele mais afetados são o IV, V e VI (indivíduos que se bronzeiam com mais facilidade).
Existe uma maior prevalência de casos no grupo de doentes com patologia auto-imune do que na população em geral. Tal poderá dever-se à provável natureza imunológica do mecanismo de destruição de melanócitos implicado no vitiligo.

Outros Aspectos

Apesar de aparentemente a prevalência do vitiligo ser mais elevada na raça negra, por ser mais facilmente visível e desfigurante do ponto de vista estético, na realidade atinge as diversas raças com a mesma frequência.
Pelo mesmo motivo, existe uma distribuição geográfica preferencial nos países de clima temperado, dado que a maior exposição solar torna as manchas brancas mais visíveis.O vitiligo surge em qualquer idade, com um pico de incidência entre os 10 e os 30 anos, e os fototipos de pele mais afetados são o IV, V e VI (indivíduos que se bronzeiam com mais facilidade).
Existe uma maior prevalência de casos no grupo de doentes com patologia auto-imune do que na população em geral. Tal poderá dever-se à provável natureza imunológica do mecanismo de destruição de melanócitos implicado no vitiligo.
Fonte: www.millenniumbcp.pt
Vitiligo
O vitiligo é uma doença que destrói as células que contém o pigmento responsável pela cor da pele; por isso, aparecem manchas brancas no local. A causa da doença ainda é desconhecida, e na grande maioria dos casos não há nenhum prejuízo para a saúde.
O vitiligo não é contagioso e nem hereditário, apesar de em alguns casos serem encontrados antecedentes familiares com a doença.
Os locais mais afetados são as mãos, pés, punhos, cotovelos, joelhos, rosto e região genital. Certos fatores podem desencadear o vitiligo em algumas pessoas, como ferimentos e inflamações na pele, queimaduras solares e estresse.
Dependendo da localização, da extensão e do tempo em que o vitiligo apareceu no corpo, a doença pode ser curada. No entanto, a ciência ainda não descobriu quais os fatores que determinam a possibilidade de cura. Assim, alguns pacientes conseguem resultados positivos, outros não.
Ou seja: existe um fator próprio em cada pessoa que determina a reação do corpo à doença. Os mesmos medicamentos utilizados em alguém que se curou podem não funcionar em outra pessoa. Não se sabe que fator é esse, e não se pode prever quem será curado ou não. Todo tratamento é uma tentativa.
O que sabemos é que o estado emocional influencia na manifestação e no tratamento da doença. Pessoas muito tensas, preocupadas, ansiosas e depressivas têm maior probabilidade de serem atingidas por novas manchas de vitiligo. Portanto, é necessário que o paciente tente aliviar as tensões emocionais para melhores resultados.
O tratamento do vitiligo pode variar desde o uso de medicamentos locais e por comprimidos, até a indicação de técnicas cirúrgicas, radiação ultravioleta ou laser.
O dermatologista deverá indicar o melhor tratamento para o paciente, observando o tipo e o estágio do vitiligo. Geralmente o tratamento tem longa duração e exige disciplina e persistência, pois o resultado depende da capacidade de reação do organismo. No entanto, na ausência de tratamento, o vitiligo tende a aumentar e comprometer outras partes do corpo.
Fonte: www.sbd.org.br