Homenagens Aos Herois Da Vida Real -Parabems A Todos


como surgiu a cruz vermelha?
    A idéia da Cruz Vermelha nasceu em 1859, mais de cinqüenta anos antes de sua efetiva criação e reconhecimento internacional. Tudo começou quando Henri Dunant, um jovem suíço, se comoveu com o sofrimento no campo de batalha de Solferino, no Norte da Itália, onde os socorros militares não eram suficientes. A forte impressão causada pela dor das pessoas inspirou Henri Dunant a escrever um livro: "Recordações de Solferino", em que descrevia dramáticas cenas da guerra. A partir dali, Dunant já percebia a necessidade de uma entidade que pudesse ajudar pessoas naquele tipo de situação. A diferença é que, no livro, ele não se limitou a relatar as desgraças da guerra. Mais do que isto, ele sugeria a criação de grupos nacionais de ajuda e apontava a necessidade de se pensar "um princípio internacional, convencional e sagrado", que inspiraria posteriormente a Convenção de Genebra. Em 1863, também sob influência do livro, seis pessoas se reuniram - entre elas, Henri Dunant - para tomarem providências práticas em relação à situação exposta. Com a presença de representantes de 16 nações, o resultado foi a criação da Cruz Vermelha, a partir de quatro resoluções. A primeira delas dizia respeito à criação de comitês de socorro, de âmbito nacional, para prover ajuda ao serviço de saúde dos exércitos. Em tempos de paz, seria responsável também pela formação de enfermeiras voluntárias. Também ficou decretada a neutralização de uma equipe de ambulâncias, hospitais militares e pessoal de saúde, a fim de fornecer ajuda sem distinção. Por fim, resolveu-se adotar a cruz vermelha como símbolo, aplicada sobre um fundo branco. Um ano depois acontecia a primeira Convenção de Genebra, com proposições semelhantes, reunindo assinaturas de 55 países. Era o início da história do direito humanitário. Nesta época, a Cruz Vermelha era dirigida por cidadãos suíços apenas. As Sociedades Nacionais eram compostas por membros diretamente treinados em primeiros socorros e emergência. Foi após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que cada Sociedade Nacional formou seu próprio grupo. Unidas, formaram a Liga das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha, hoje conhecida como Federação das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. A preocupação com os direitos humanos levou à atitude contra a guerra e pela paz, principalmente depois da Primeira Guerra Mundial. Em 1946, este objetivo foi reiterado durante uma Conferência Internacional da Cruz Vermelha, em que se colocou que "... a tarefa essencial da Liga e das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha consiste em um esforço cotidiano para manter a paz e em uma aglutinação de todas as forças e de todos os meios para impedir futuras guerras mundiais". É bom lembrar que isto foi dito em plena Segunda Guerra Mundial. Dois anos depois, a Conferência Internacional já reunia 46 nações. O marco desta reunião foi a Declaração sobre a Paz. A Cruz Vermelha Brasileira foi fundada em 1908, com sede no Rio de Janeiro, e tornou-se reconhecida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha em 1912.
    Fonte: IBGE Vcs Ja Ouvirao Falar de Paul Rusesabagina?
    Paul Rusesabagina (15 de Junho de 1954) é um cidadão de Ruanda internacionalmente reconhecido pela sua atuação humanitária durante o Genocídio de Ruanda em 1994. Paul era da etnia hutu enquanto sua mulher era da etnia tutsi. Durante os combates ele abriga sua família no hotel Les Mille Collines em Kigali, de propriedade do grupo belga Sabena, onde era gerente. Com a saída dos hóspedes do hotel, Paul o abre aos refugiados, salvando assim 1268 pessoas. A história de Paul Rusesabagina ficou internacionalmente conhecida quando foi retratada no filme Hotel Ruanda de 2004, numa actuação de Don Cheadle nomeado ao Óscar. Em 2005 recebeu do presidente americano George W. Bush a "Presidential Medal of Freedom" dos EUA. Atualmente ele vive em Kraainem, na Bélgica, com sua esposa Tatiana, seus filhos e sobrinhos, onde montou uma empresa de transportes. Paul é membro da igreja Adventista do Sétimo Dia.

    Paul Rusesabagina: Um herói de Ruanda

    Usando um hotel de luxo como abrigo, Paul Rusesabagina conseguiu salvar 1268 vidas num dos piores genocídios da história. Hoje, após inspirar o filme Hotel Ruanda, ele alerta: a tragédia pode se repetir

    Sílvia Pacheco Haidar e Rodrigo Rezende | 01/11/2007 00h00
    Ao abrir a porta de casa na manhã de 7 de abril de 1994, Paul Rusesabagina viu homens correndo pelas ruas de Kigali, a capital de Ruanda, empunhando facões lavados em sangue. Caído no quintal ao lado, com o rosto numa poça vermelha, estava Rukujuju, amigo de seu filho, cercado pelos corpos dos familiares. Rastejando, sobreviventes pediam ajuda. Rusesabagina, aterrorizado, fechou a porta. Ele sabia que, se tentasse socorrer os feridos, acabaria como eles. Era o início do genocídio mais intenso da história – nunca tantos foram liquidados tão rápido. Tudo começou após a morte do presidente Juvenal Habyarimana, cujo avião fora abatido por um míssil na noite de 6 de abril. O líder pertencia à etnia hutu e teria sido vítima de rebeldes de outro grupo étnico, os tutsis. Sob a influência de mensagens de ódio transmitidas pelo rádio, os hutus deram início ao genocídio tutsi. Em 100 dias, mais de 800 mil pessoas morreram. Rusesabagina era gerente em uma rede de hotéis e conseguiu chegar a um deles, o luxuoso Mille Collines, em 12 de abril. Com a mulher e os dois filhos, ficou confinado durante 76 dias e deu abrigo a centenas de refugiados. No total, salvou 1268 pessoas – é como se tivesse pausado a carnificina por quatro horas. Para garantir a sobrevivência dos hóspedes, manteve relações cordiais com os líderes do genocídio, história que ficou famosa em 2004, ao ser contada no filme Hotel Ruanda. Desde 1996, Rusesabagina vive exilado com a família na Bélgica. Tem uma transportadora e preside a Hotel Rwanda Rusesabagina Foundation, organização que auxilia sobreviventes do genocídio – em 2005, ganhou a Medalha Presidencial da Liberdade, um dos maiores prêmios concedidos pelo governo americano. Ele conversou com História por telefone, de Bruxelas. Atualmente, prefere analisar os motivos e conseqüências do genocídio a relembrar a barbárie que presenciou.
    História – O senhor nasceu em 1954. Como era para uma criança viver num país dividido em dois grupos étnicos?
    Paul Rusesabagina – Eu fui um garoto com muita sorte, pois nasci em uma família miscigenada. Meu pai era hutu e minha mãe, tutsi. Por isso sou hutu, porque em Ruanda a etnia é passada de pai para filho. Meu pai era um homem muito correto e gentil, que nunca se importou com essa divisão étnica. Ele sempre dizia aos filhos: “Ouçam, crianças, não se deve escolher um amigo pela etnia, e sim por ser uma pessoa do bem”. Eu tive a sorte receber uma boa educação, mas a maioria das outras crianças viveu em lares preconceituosos, tornando-se hutus e tutsis extremistas.
    Qual é a origem do ódio entre hutus e tutsis?
    Esses são os principais grupos étnicos que vivem em Ruanda, mas é uma questão controversa se essa divisão é meramente política e artificial. Nós falamos a mesma língua, compartilhamos as mesmas crenças, as mesmas tradições e, na maioria dos casos, temos a mesma aparência. Antes de os colonizadores chegarem, no século 19, os tutsis já eram os mais ricos e controlavam o país. Os hutus eram os mais pobres e escravos dos tutsis. Em 1885, ano da Conferência de Berlim, em que as nações européias que reivindicavam partes da África tomaram posse das terras, a região onde está Ruanda ficou sob o domínio dos alemães. Mas, quando eles perderam a Primeira Guerra, o comando foi transferido para a Bélgica. Para tirar o máximo proveito de Ruanda, levando o mínimo possível de homens para lá, os belgas elegeram os tutsis como “gerentes” de seu domínio. Daí para a frente, a separação racial tornou-se explícita. Cientistas foram enviados para comprovar a supremacia dos tutsis – que seriam mais altos, mais bonitos e mais inteligentes que os hutus. Em 1933, as pessoas de Ruanda receberam cartões que as identificavam como sendo de uma ou de outra etnia. A situação mudou em 1959, quando houve a Revolução Hutu (três anos após o levante, os belgas deixaram o país).
    O que aconteceu com os tutsis após a Revolução Hutu?
    Na Revolução, a maioria hutu tomou o poder e começou a matar os tutsis e tomar suas casas. Cerca de 250 mil tutsis deixaram o país e foram para Uganda, Burundi, Tanzânia e Congo. Eles organizaram uma força militar chamada Frente Patriótica de Ruanda, a FPR. Na década de 90, esses rebeldes atacaram Ruanda e chegaram ao poder em 4 de julho de 1994, com o fim do genocídio. O atual presidente do país, Paul Kagame, era um dos líderes da FPR.
    Havia evidências, em 1994, de que um assassinato em massa estava para acontecer a qualquer momento?
    Os tutsis rebeldes estavam organizando vários ataques em Ruanda, nas proximidades das fronteiras, matando civis e crianças hutus. Por outro lado, o governo de Habyarimana estava matando tutsis civis e qualquer cidadão que fizesse oposição a seu governo. Em outubro de 1993, Melchior Ndadaye, presidente de Burundi, foi morto por oficiais tutsis. Milhares de pessoas de Burundi e Ruanda ficaram assustadas e saíram de seus países. Porém, muitas delas voltaram em novembro do mesmo ano, cinco meses antes de o genocídio começar. A ONU havia mandado 2500 soldados para Ruanda. Quando vimos aqueles homens de capacete azul chegando, sentimo-nos muito mais seguros.
    E como foi a atuação dessas forças de paz?
    No início de 1994, o líder das tropas da ONU em Ruanda, Romeo Dallaire, descobriu que um genocídio estava sendo preparado: 1700 soldados da milícia hutu Interahamwe (“aqueles que lutam juntos”, na língua kinyarwanda) estavam sendo treinados para agir como um pelotão da morte contra civis e os soldados belgas da ONU, caso houvesse resistência. Além disso, entre janeirode 1993 e março de 1994, 500 mil facões foram importados por Ruanda. Dallaire falou com seus superiores em Nova York, mas recebeu a ordem de não interferir. Quem deu essa resposta foi o então chefe das missões de paz da ONU, Kofi Annan.
    De que modo o rádio ajudou a aumentar a tensão?
    A emissora RTLM foi inaugurada em agosto de 1993 e tocava música congolesa, um ritmo muito alegre. Todos em Ruanda escutavam essa rádio. As mensagens de ódio começaram timidamente, com algumas piadas. Mas aos poucos essas idéias foram entrando na consciência da população. Em abril de 1994, os recados já eram claros, como “matem seus vizinhos”. O que poucos em Ruanda sabiam é que a rádio estava ligada ao governo e que o principal acionista era o presidente Habyarimana. Durante o genocídio, a RTLM divulgava os nomes dos tutsis que deveriam ser mortos e diziam até mesmo onde eles estavam escondidos ou para onde estavam fugindo. Por que tanta gente atendeu ao apelo dos extremistas? Nós temos muitos problemas na África. Um dos mais sérios é a impunidade. Dos anos 60 em diante, muitas pessoas foram obrigadas a sair do país, enxotadas por vizinhos que tomaram suas casas e plantações, mas nunca foram punidos. Além da questão da impunidade, a população do país é muito pobre. Se você diz a uma pessoa que não tem nada “mate seu vizinho e pegue para você tudo o que ele tem”, ela o fará. Os locutores diziam coisas como: “Mate um vizinho e você ficará com o carro dele. Se matar dois vizinhos, ficará com dois carros”. Os adolescentes de Ruanda eram pobres, não tinham nada a perder e sabiam que não seriam punidos.
    Na sua opinião, qual a principal causa do genocídio?
    É simplista dizer que o genocídio foi causado apenas por ódio tribal. O motivo principal foi a política. Os líderes de Ruanda temiam perder o poder se o país fosse invadido pelos tutsis rebeldes. Mas o mais importante é que a população do meu país reconheça que também foi responsável por todos aqueles assassinatos. De acordo com o que vivi lá, posso dizer que os responsáveis pela carnificina não foram apenas os colonizadores. Nós, ruandeses, devemos parar de culpar os outros e começar a culpar a nós mesmos.
    Como o senhor se sentia sabendo que a vida das pessoas refugiadas no hotel dependia quase exclusivamente de sua habilidade com as palavras?
    Eu nem sequer tinha tempo para pensar nisso. Eram tantos problemas para resolver que não dava tempo de pensar se o que fazia estava certo ou errado. Nossa situação era precária. Não tínhamos água – precisávamos racionar a água da piscina –, não tínhamos eletricidade, a comida era escassa. Além disso, eu tinha de entreter os homens da milícia e do exército, conversar com eles, oferecer cerveja. Sempre tive em mente que nenhum ser humano é completamente bom ou completamente mau. Então, eu tentava enxergar o lado bom desses homens e usá-lo da melhor maneira possível para que eles deixassem em paz as pessoas no meu hotel. Quando eles ameaçavam os hóspedes, eu costumava dizer a eles: “Sei como você se sente. A guerra faz isso com as pessoas. Tome uma cerveja, vá para casa, descanse e volte amanhã”. Geralmente eles não voltavam.
    Qual a explicação que o senhor dá para a recusa dos Estados Unidos em intervir no genocídio?
    Há muitas razões. A África é um continente abandonado. Os africanos estão cada vez mais isolados e esquecidos. Até agora, o mundo inteiro, incluindo os Estados Unidos, não está levando Ruanda a sério. Cerca de 800 mil pessoas morreram em três meses e o que o mundo disse a respeito? Nada. Fechou os olhos para Ruanda e abandonou o país. Além disso, não há riquezas naquela terra, não há petróleo lá. Só havia pessoas se matando.
    Quais foram os piores erros que a ONU cometeu em Ruanda?
    O pior erro que a ONU cometeu foi nos manter confiantes de que eles estavam lá, que iriam nos ajudar e que impediriam os assassinatos em massa. Por conta disso, muitas pessoas que saíram do país com medo do massacre acabaram voltando. Mas, quando 15 soldados belgas foram mortos no primeiro dia do genocídio, retiraram as tropas de paz de lá. Com isso, milhares de pessoas que se amontoaram em igrejas e escolas sob a proteção da ONU foram abandonadas à própria sorte. Aliás, nesses casos, a ONU até facilitou o trabalho dos assassinos, concentrando milhares de vítimas no mesmo local.
    O que ocorreu depois que o genocídio acabou?
    O genocídio acabou em 4 de julho de 1994, quando os tutsis rebeldes tomaram a capital, Kigali. Os assassinos que escaparam fugiram para o Congo e, de lá, foram para outros países. Alguns foram pegos em Ruanda pelos tutsis. Muitos desses morreram e outros estão na prisão. Agora são os tutsis que estão matando os hutus para se vingar. É o pior problema do país atualmente.
    Você tem medo de que um novo genocídio aconteça em Ruanda?
    Se o governo não mudar suas políticas, se nada for feito para que haja justiça em Ruanda e se os líderes do genocídio não forem punidos, definitivamente, antes do fim da próxima década, outro massacre acontecerá. Como eu disse, a matança nunca parou. Nós dizemos em Ruanda que a música ainda é a mesma, só mudaram os dançarinos.
    No filme Hotel Ruanda, todas as cenas são fiéis à realidade?
    O roteiro do filme é mais ou menos fiel ao que aconteceu. Mas alguns detalhes foram modificados. Muitas das cenas, por exemplo, são menos violentas do que houve na realidade. Também há um pouco de pura ficção. Há uma cena, por exemplo, que retrata a mim e à minha mulher no telhado do hotel. Isso nunca aconteceu, pois nós não íamos ao telhado. Também nunca falei para que minha mulher e meus filhos pulassem de lá, caso o hotel fosse invadido.
    Você pretende voltar a Ruanda?
    Minha casa nunca será em outro país a não ser em Ruanda. Só saí de lá porque quase fui morto. Depois do genocídio, o país estava miserável. Não havia empregos, ninguém tinha dinheiro para nada. Os tutsis rebeldes que chegaram ao poder eram os únicos que podiam ter bens. E eles queriam tudo o que havia sobrado. Eu era gerente de hotel e eles queriam meu emprego, minha casa, tudo. Em 6 de setembro fez 11 anos que estou na Bélgica. Mas voltar a morar em Ruanda será sempre meu sonho.
    Os herois de Todos os Dias .
Em geral, as primeiras organizações contra incêndios, surgiram pela necessidade de se evitar possíveis incêndios e perdas insuperáveis. Em épocas remotas, esgotar as chamas de um incêndio de grandes proporções era obra impossível, devido aos precários recursos quando a prevenção tornava-se a melhor solução contra o fogo.
 
HISTÓRICO MUNDIAL DO CORPO DE BOMBEIROS

- ORIGEM 27 A. CRISTO -
          A origem dos Corpos de Bombeiros remonta à origem do emprego do fogo pelo homem. Uma das primeiras organizações de combate ao fogo de que se tem notícia, segundo Care Z. Péterson foi criada na antiga Roma. Augusto, que se tornou Imperador em 27 A.C., formou um grupo de "vigiles". Esses "vigiles" patrulhavam as ruas para impedir incêndios e também para policiar á cidade, através de patrulhas e vigilantes contra incêndios.
          Neste período da história, o fogo era um problema de difícil resolução para os ¨vigílias¨que contavam com métodos insuficientes para a extinção das chamas.
          Uma das normas mais antigas de proteção contra incêndios foi promulgada no ano de 872 em Oxford, Inglaterra, estabelecendo um toque de alerta, a partir do qual se deviam apagar todos os incêndios que estivessem ocorrendo naquele momento mais tarde, Guilhermo, o Conquistador estabelecia um toque de alerta geral em toda a Inglaterra, dirigindo tanto a que se apagassem os fogos como as revolta no país.
          Um fato interessante da história, é que em 1666 na Inglaterra, já haviam Brigadas de Seguros Contra Incêndios sendo formadas por Companhias de Seguros e que eram as mesmas que decidiam pelas localizações das Brigadas. Sabe-se muito pouco a respeito do desenvolvimento das organizações de combate ao fogo na Europa até o grande incêndio de Londres em, 1666. Esse incêndio destruiu grande parte da cidade e deixou milhares de pessoas desabrigadas. Antes do incêndio, Londres não dispunha de um sistema organizado de proteção contra o fogo. Após o incêndio, as companhias de seguro da cidade começaram a formar brigadas particulares para proteger a propriedade de seus clientes.
          Em Boston, depois de um incêndio devastador que destruíu 155 edifícios e um certo número de barcos, em 1679 houve a fundação do primeiro Departamento Profissional Municipal Contra Incêndios na América do Norte. Boston importou da Inglaterra uma bomba contra incêndios e no Departamento haviam empregados 12 bombeiros e um chefe. Já em 1715, a cidade de Boston já contava com seis companhias que dispunham de bombas d’água.
          Em mesma época também eram organizados nas comunidades de Massachusetts sistemas de defesa contra o fogo tais como exigências que em cada casa houvesse disponível cinco latas, ( tipo balde ). Em caso de incêndio era dado  alarme através dos sinos das Igrejas e os moradores de cada casa passavam então a organizarem-se em grandes filas, desde o manancial mais próximo até o sinistro, passando as latas de mão em mão. Aqueles que não ajudavam eram sancionados com multas de até U$ 10,00 pelo chefe dos bombeiros.
          Com falta de organização e disciplina dos bombeiros ¨voluntários¨, bem como a resistência à tecnologia que despontava com a introdução de bombas com motor a vapor, ocasionou a organização dos departamentos profissionais contra incêndio tendo-se registro que em 1º de Abril de 1853 em Cinccinati, Ohio, entrou em serviço uma organização profissional de bombeiros com bombas a vapor em veículos tracionados por cavalos. Anos mais tarde, também Nova York substituía os bombeiros voluntários pelos profissionais que utilizavam estas bombas.
          As primeiras escolas de bombeiro surgiram em 1889, Boston e em 1914, Nova York para transformação dos quadros profissionais de maiores e menores graduações.
          Na época das primeira e Segunda Guerra Mundial os Corpos de Bombeiros encontravam-se estruturados e atuavam em sistemas de dois turnos. Todavia face as necessidades muitas vezes seguiam trabalhando para erradicar sinistros advindos dos bombardeios, com jornada de até 24 horas, passando a tornar-se comum  tal prática, trabalhando mais horas que outras categorias profissionais e com isso consolidando-se esta situação, a partir de então.

HISTÓRICO DOS BOMBEIROS NO BRASIL
Fundado em 1565, por Estácio de Sá, o Rio de Janeiro passou a expandir-se e a aumentar sua importância no cenário nacional da época.
Em agosto de 1710 o Corsário Francês Jean Françoeis Duclerc, em missão de guerra, empreendeu um ataque que causou a destruição total da alfândega do Rio de janeiro, seguindo-se grande incêndio.      
Em 1732, violento incêndio de causa desconhecida, destruiu considerável parte do Mosteiro de São Bento, próximo a atual praça Mauá,  que acabara de ser reconstruído
Em 1788, em ofício datado de 12 de julho, o Vice-rei Luis de Vasconcelos, determinou que todos os cidadãos deveriam iluminar a frente de suas casas, a fim de evitar o atropelamento. O que deu motivo a essa providęncia foi o fato de que se o incêndio irrompia á noite, a confusão era total, por falta de iluminação pública.
Em 1789, outro grande incêndio destruiu completamente o Recolhimento da Nossa Senhora do Porto, causando profundo impacto junto à população a às autoridades. Na época os trabalhadores de extinção estavam a cargo do Arsenal da Marinha.
Nessas ocasiões, corriam para os incêndios as milícias, aguadeiros e voluntários que combatiam empiricamente as chamas com os meios disponíveis, dificultando o trabalho, o tipo de construções com farto madeirame, arruamentos estreitos e irregulares. Quando irrompia à noite, os incêndios vitimavam mais pessoas pela dificuldade de evacuação dos locais face à precária iluminação existente.
         O Arsenal de Marinha, que fora criado em 1763, pelo Conde da Cunha, foi a repartição escolhida para extinguir os incêndios na cidade tendo sido levado em conta a experiência que tinham os homens do mar em apagar o fogo em suas embarcações. Pela necessidade de dotar a cidade de um Sistema de Combate mais organizado, o Alvará Régio de 12 de agosto de 1797, título XII determinou que o Arsenal da Marinha passasse a ser o órgão público responsável pela extinção de incêndio, em razão da experiência que os marinheiros possuíam em extinção de fogo nas embarcações contando com treinamento e equipamento para tal, expressamente determinava ao Intendente do Arsenal: "e terão sempre prontas as bombas, e todos os mais instrumentos necessários para se acudir prontamente não só aos incêndios da cidade mas também aos do mar".
 Data verdadeiramente desta época o início do serviço de extinção de incêndios realizados por um Órgão Público na cidade do Rio de Janeiro, isto é, em 12 de agosto de 1797.
 Em 1808 foi criado o cargo de Inspetor do Arsenal cabendo-lhe dirigir pessoalmente a extinção de incêndios na cidade, para isso levando as bombas, marujos, escravos e água.
Outros incêndios seguiram, assim com conflitos de competência sobre a responsabilidade pelo comando das operações de combate à incêndios chegando à sugestão de passar ao Diretor de Obras Públicas, com pessoal próprio.

O BRASIL IMPÉRIO

caminhao_bombeiros_1936


Sempre foram muito difíceis e limitados os recursos da população contra o fogo que se expandia rapidamente devido serem as construções ricas em madeiras. O sinal de incêndio era dado pelos sinais das Igrejas. Acorriam todos os aguadeiros com suas pipas, e também os populares, que faziam longas filas até o chafariz julgado mais próximo, transportando de mão em mão os baldes de água, ao mesmo tempo em que se improvisavam escadas de madeira para efetuar salvamentos, retirando os moradores, antes que eles se atirassem. E se o incêndio ocorria a noite a confusão era total por falta de iluminação pública. Por isso o Vice-Rei Luís de Vasconcelos, em ofício a Câmara datado de 12 de julho de 1788, determinou que todos deveriam iluminar a frente de suas casas, a fim de evitar o "atropelamento". O pânico era tanto que este causava mais vítimas que o próprio fogo.
 
CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS


Em julho de 1856, a exposição de motivos feita pelo Inspetor do Arsenal de Marinha das Cortes, o CMG Joaquim José Inácio, contida no Ofício de 26 de março de 1851,. apesar de decorridos mais de cinco anos, apresentava os primeiros sinais positivos. Os fatos narrados naquele documento provocaram do Ministério da Justiça a elaboração do Decreto Imperial nº 1.775, assinado por sua Majestade o Imperador Dom Pedro II e promulgada a 02 de julho de 1856. Este Decreto reuniu numa só Administração as diversas Seções que até então existiam para o Serviço de Extinção de Incêndios, nos Arsenais de Marinha e Guerra, Repartição de Obras Públicas e Casa de Correção, sendo, assim, criado e organizado o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte sob a jurisdição do Ministério da Justiça, sendo seu primeiro comandante um Oficial Superior do Corpo de Engenharia do Exército, o Major João Batista de Castro Moraes Antas, nomeado em 26 de julho de 1856. O primeiro uniforme usado na corporação foi criado pela esposa do Imperador D. Pedro II, Princesa Tereza Cristina maria de Bourbon.
Com o Decreto nº 2.587, de 30 de abril de 1860, tornava-se definitivo o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, passando sua subordinação a jurisdição do Ministério da Agricultura que na mesma data era criado, cujo primeiro titular e organizador foi o Almirante Joaquim José Inácio.
Aqui podemos afirmar, sem sombra de dúvida que a criação do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, decorreu do bom senso, pertinácia e tino administrativo de um extraordinário brasileiro, que, mais tarde, tornou-se, graças aos seus méritos, conhecido como Visconde de Inhaúma.
1865 - Nesse ano, recebeu o Corpo de Bombeiros a sua primeira Bomba-a-vapor, especialmente destinada aos incêndios à beira-mar, podendo ser embarcada para extinção de incêndios abordo e transportada por 20 (vinte) homens.
         1870 - Em outubro, foi adotado o uso da corneta militar para os sinais do Corpo de Bombeiros em substituição ao apito até então em uso, iniciando-se ao mesmo tempo a tração das viaturas por muares.
1872 - A 20 de maio, foi recebida a segunda Bomba a vapor entregue pela Inspetoria de Obras Públicas;
1875 - Nessa época tinha o Corpo duas Bombas a vapor a 16 manuais, sendo que: seis eram de grande porte, exigindo de 16 a 20 homens para movę-las; 10 pequenas, podendo ser tocadas por seis homens.
1877 - Foi instalado o primeiro aparelho telefônico do Rio de Janeiro, ligando a loja "O Grande Mágico"-, de Antônio Ribeiro Chaves (que negociava no Beco do Desvio n° 86 - hoje rua do Ouvidor, com novidades mecânicas e aparelhos elétricos) e o Quartel do Corpo de Bombeiros.
Nesse mesmo ano fez-se experiência com uma das 24 caixas avisadores de incêndio que estavam sendo construídas na Repartição Central dos Telégrafos, para assentarem-se dentro do perímetro da cidade.
1879 - Somente em janeiro, dezenove anos depois de publicado o Regulamento do Corpo de Bombeiros (Decreto Imperial n° 2.587/1860) que já cogitava da instalação dessas Caixas, foi inaugurado o primeiro circuito, com 12 aparelhos colocados em pontos convenientes, no Centro Comercial da cidade.
Nesse mesmo ano, a Repartição dos Telégrafos acabava por organizar um sistema de linhas telefônicas para avisos de incêndios, no Rio, ligadas à Estação Central dos Bombeiros postos 1, 2 e 3) e Estações Policiais.
1880 - Durante este período, por Decreto n9 7.766, de 19 de julho, foram concedidas aos Oficiais do Corpo, graduações militares, com uso das respectivas insígnias. Ao Diretor Geral, foram dadas as honras de Tenente-Coronel, ao Ajudante, as de Major, aos Comandantes de Seções, as de Capitães e aos instrutores, as de Tenentes.
Até então, embora estivesse o Corpo de Bombeiros militarmente organizado e aquartelado, não podiam os seus oficiais nem mesmo no quartel, usar insígnias, e quando concorriam em serviço com outras autoridades militares e civis, eram tidos, como simples soldados, pois traziam a farda sem distintivo algum indicando o cargo que ocupavam.
É da publicação desse Decreto que data verdadeiramente a organização militar do, Corpo de Bombeiros. que pouco depois foi consolidada pelo Regulamento de 1881.
1881 - Por Decreto n° 8.837, de 17 de dezembro, foi aprovado o Regulamento que dava organização militar ao Corpo de Bombeiros, elevando seu estado efetivo a 300 homens e autorizando o governo a empregá-lo, em caso de guerra, como Corpo de Sapadores ou Pontoneiros,. ficando em tal emergência com a mesma organização de Batalhão de Engenheiros.
 
PERÍODO REPUBLICANO
 
1894 - Somente em 19 de janeiro desse ano, foi instalada a primeira enfermaria do Corpo, em uma parte do próprio nacional continuo ao quartel, ocupado, ainda, pelo Depósito Público. Os trabalhos de Adaptação necessários a dar-lhes as condições de asseio e higiene indispensáveis foram feitos por conta do cofre do Corpo.
1895 - Em 19 de junho desse ano, completando o importante melhoramento introduzido no ano anterior, qual seja a instalação da enfermaria, foi inaugurada a farmácia. Passaram assim os bombeiros a ter tratamento no quartel e os medicamentos para os oficiais, praças e suas famílias, aí fornecidos, aviando-se os receituários.
Podemos afirmar que data desta época a criação do serviço médico social da Corporação.
1896 - Um ofício Ministerial datado de 30 de outubro, autorizava o Comandante do Corpo de Bombeiros a criar a Banda de Música desse Corpo. Isso ocorreu na Presidência do Dr. Prudente de Moraes, sendo Ministro da Justiça o Dr. Alberto Torres e Comandante do Corpo o Coronel Eugênio Rodrigues Jardim. A Banda teve por organizador e ensaiador inicial o artista de talento e inspirado compositor Anacleto de Medeiros. A primeira exibição da Banda se deu a 15 de novembro do mesmo ano, por ocasião da inauguração do novo Posto do Humaitá;
1899 - Foi adquirida a primeira ambulância para acompanhar o material destinado ao combate a incêndio;
1908 - A 23 de maio, foi concluída a obra e inaugurada o majestoso prédio, verdadeiro símbolo arquitetônico, que é o Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros.
 
Até nossos dias, este Quartel teve as seguintes de nominações:
- ESTAÇÃO CENTRAL DO CORPO PROVISÓRIO DOS BOMBEIROS DA CORTE.
- ESTAÇÃO CENTRAL DO IMPERIAL CORPO DE BOMBEIROS
- QUARTEL CENTRAL DO CORPO DE BOMBEIROS DA CAPITAL FEDERAL.
- QUARTEL CENTRAL DO CORPO DE BOMBEIROS DO DISTRITO FEDERAL.
- QUARTEL CENTRAL MARECHAL SOUZA AGUIAR.
- QUARTEL DO COMANDO GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Esta obra foi idealizada e projetada pelo Marechal Engenheiro Francisco Marcelino de Souza Aguiar, ex-Comandante da Corporação.
 
O ADVENTO DO MOTOR A EXPLOSÃO
 
 1913 - O Boletim do Comando do Corpo de Bombeiros da Capital, datado de 30 de maio de 1913, fez público a Ordem de Serviço nº 119:
 Devendo começar no dia 1º do mês próximo vindouro (junho) o serviço de socorro para incêndios com material automóvel, determino a observância das presentes instruções:
O material da primeira prontidão será constituído dos seguintes escalões:
a - 1º Socorro (automóvel);
b - 2º Socorro (misto);
c - 3º Reforço (automóvel).
Em 1º de junho, uma nova era que se inicia no Corpo de Bombeiros, é a era da tração mecânica. "Dali em diante o galopar dos cavalos, seria gradativamente, substituído nas ruas da cidade, pelo ronco possante dos motores dos carros dos Bombeiros".

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